A vida nova da Oi: Rodrigo Abreu fala sobre o futuro da empresa após recuperação judicial

A companhia tem sob seus cuidados a cobertura de todos os estados brasileiros, com exceção de São Paulo, e está perto de sair do processo de recuperação judicial. Falta apenas a homologação da Justiça para encerrar o caso.

A Oi renegociou o que seria, pelo dólar atual, equivalente a 85 bilhões de reais em dívidas e agora tem um passivo de 16 bilhões de reais. O plano montado para a recuperação judicial da empresa, desenhado por Rodrigo Abreu, CEO desde o início de 2019 e com toda a sua carreira construída no setor, é a razão para o fim desse atraso de duas décadas no país. “Ganhamos finalmente o direito de virar a página”, disse ele em entrevista à EXAME.

A empresa que surge desse processo é totalmente diferente do que os brasileiros estavam acostumados a ver. Basicamente, a Oi vendeu todos os seus ativos fixos, o que movimentou quase 30 bilhões de reais. Foram vendidas as torres de telefonia celular, a operação de clientes móveis — para o trio Claro, TIM e Telefônica Vivo —, o negócio de TV por assinatura via satélite, os data centers, e também a rede fixa de banda larga. E este último negócio é a razão da mudança que ocorre no país. Para vender sua rede de alta velocidade, uma das maiores do mundo em extensão, foi preciso tirar pelo menos parte do atraso acumulado em décadas de subinvestimento.

“O trabalho realmente focado na nova Oi começa agora”, afirmou Abreu, mentor do plano de transformação. Quando em janeiro de 2019 ele anunciou que a companhia se voltaria totalmente para a fibra, ninguém tinha a dimensão do que essa fala significava. A nova Oi que nasce após todo o esforço dos últimos anos é muito mais leve. Tudo foi vendido para pagar as dívidas, e a estratégia foi remodelada para que a Oi passasse a ser uma varejista de serviços e soluções digitais baseada em banda larga, para clientes residenciais e corporativos — bem diferente do modelo das demais teles e do desenho que surgiu com a privatização. A capacidade de rede que dará suporte a isso será alugada da V.tal, que nasceu da venda da infraestrutura de fibra para um fundo do BTG Pactual.

Fonte Exame.